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Educação? Cidadania, por favor.

Eu sou daquelas pessoas que acha a educação, a polidez, algo importante. Me pego várias vezes me policiando para não exagerar e ser chatíssima. Mas, minhas convicções me dizem que o mínimo de educação para viver em sociedade é como os itens básicos de um carro: já deveria vir de fábrica.

Porque nenhum carro sai sem porta, rodas e travas, certo?  Se você quer portas traseiras, rodas de liga leve e sistema elétrico para os vidros é outra questão. São itens de luxo, dão uma graça maior ao veículo. Mas, todos sem exceção saem com portas, vidros e travas. Assim deveria ser com a educação. Todo mundo já deveria nascer sabendo que é importante/preciso/faz parte/facilita a vida respeitar o próximo.

Só que né, gente…não é assim! Convivemos com pessoas que (em sua grande maioria) sempre tiram proveito de alguém, de uma situação, até mesmo em coisas pequenas como perceber o troco a mais e simplesmente não devolver. Ou, parar em vagas reservadas porque “tem tantas” né oras bolas.

O que me intriga mais nesses casos é a falta de consideração com o próximo. Em ambos os casos (e noutros tantos) sempre tem um que se ferra. E no caso você está ferrando o outro: um ser igual a você que tem família, cansaço, pressa, fome…passível de usar as mesmas justificativas que você! Já pensou no que acontece quando ao final do dia ao fechar o caixa as contas não batem?

Você não é um otário quando espera sua vez na fila ou devolve o dinheiro, e sim honesto. O contrário, entretanto, faz de você um ser humano egoísta, sem educação, espertinho e sem o mínimo de consideração ao próximo.

Lembro-me de que quando estava grávida precisei pedir umas duas vezes para levantarem do assento preferencial. As pessoas levantaram bufando e fazendo aquela cara de “ai que saco a barriga dela nem está tão grande”. Pera aí. Não era meu direito? E mais, mesmo que não fosse meu direito, seria uma gentileza me deixarem sentar diante do peso da barriga, do risco de queda e bla bla bla. O pior é pensar que, provavelmente, ela teria ficado muito brava se o ocorrido fosse tivesse acontecido com alguém da família dela ou amiga, mas como foi com uma estranha. Então…ema ema ema*

Outro dia minha chefe me contou que uma vez uma mulher disse para a gestante “Gravidez não é doença. Você pode ir de pé”. Pelamordedeus…o que está acontecendo com o mundo? E a mulher que eu vi arremessar uma sacolinha de lixo pela janela do 23º andar!? Não acreditei.

Estou falando de coisas triviais, das rotinas diárias, dos limites necessários para a convivência em sociedade. Outro dia esperando o metrô uma menina (dessas que se acham espertas, ligeiras) ultrapassou todo um grupo de pessoas que aguardava a chegada do vagão, se esgueirou pela lateral, entrou na frente de todo mundo e ainda deu uma corridinha esbarrando em outras pessoas só para poder sentar. Fiquei pensando como seria melhor se no mínimo as pessoas se esforçassem para não serem espertinhas idiotas sem educação. Estávamos lá, eu e mais umas 10 pessoas, todo mundo esperando a vez. Todo mundo posicionado aguardando os de dentro saírem para então nós entrarmos. Mas, ah…para que esperar né? “Vou passar esses lerdos” deve ter pensado.

Tudo isso para chegar a conclusão (mais do que óbvia) de que somos todos responsáveis por aquilo que as crianças aprendem como correto, pelo modo como vão tratar o próximo, por como respeitam o planeta e pelas situações que presenciamos diariamente. Sou contra os regimes de educação que fazem da criança um robô ou parecer um bichinho em adestramento que merece prenda quando acerta.

Contudo, é importantíssimo lembrar que a criança não é um mini adulto cujos ensinamentos já foram consolidados e que aquele ato ou resposta mal criada foi apenas um lapso. É preciso considerar que ela está em formação e a reafirmação do correto é sempre pedagógica. Às vezes pode parecer apenas uma brincadeira de criança para os adultos, mas elas nem sempre são só brincadeiras. Funcionam como teste de aprovação dos pais: se eles não falarem nada é sinal de que posso agir/fazer/falar assim.

Convenhamos…às vezes estamos tão cansados que só de pensar em dar bronca, conversar (e para não sermos chatos), deixamos passar muitas coisas. Mas, lembremos das pessoas sem noção que encontramos pelo caminho e bora educar com qualidade!

Oremos. rsrsrsrs

*Da célebre frase “Ema ema ema cada um com os seus problemas”. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk