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Andou!

Eu pensei que quando o dia chegasse eu teria um livro para falar. Mas, eu só quero contar para vocês que ele ANDOU! ANDOUUUUUU.

24 de setembro de 2015. Aos 2 anos 11 meses e 10 dias, Pedro deu seus primeiros passos sem auxílio. Eu filmei, eu festejei, eu gritei, eu chorei e agradeci. Agradeci muito.

Primeiro agradeci à Deus por mais uma prova de amor e por sua infinita sabedoria. Depois fechei os olhos que estavam gordos de lágrimas e me joguei no sofá. Um misto de alegria e perplexidade me deixaram sem palavras.

Depois abri os olhos e fiquei olhando aquela carinha que é tão amada por mim e que continuou a brincar no ipad como se o seu ato tivesse sido corriqueiro. Aquele rostinho redondo, de boquinha bem-feita e cílios compridos ficou brincando enquanto eu sentia a serenidade e a alegria que só a gratidão nos proporciona.

E como se não bastasse a gratidão, eu senti orgulho. Orgulho por ter a oportunidade de conviver com o Pedro: um ser tão iluminado e persistente que, desde os primeiros momentos de vida, me surpreende e me ensina sobre amor, esperança, resiliência e doação. Orgulho dele. Orgulho da nossa parceria de vida.

Obrigada, Pedro! E parabéns, filho. O mundo é grande e lindo e você tem muito para andar.

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Diálogo amoroso

Eu: – Te amo!

Pedro: – Ti amu!

Derreti. Quase desmaiei de amor. Então pensei: será que ele entendeu?

Eu: – Te amo!

Pedro: – Por favor!

smile-please

HAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHA!!

 

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Pensando bem…você tem toda razão, filho. É disso que o mundo tá precisando: “mais amor, por favor!”

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Escrever é…

Escrever para mim é profissão! É atividade humana mais do que necessária e um privilégio para uma pequena parte da população mundial. É terapia para quem tem muitos pensamentos também! Mas, ultimamente, escrever tem sido uma nova forma de motivação e fonte de felicidade para mim!

Semana passada eu fui dar uma olhada nas estatísticas do blog e tive uma surpresa pra lá de boa. Vi o mapa de visualizações todo colorido mostrando os países que acessaram o Querido Pedro: EUA, Reino Unido, Japão. Pensei “Poxa, olha que demais a história do Pedro se espalhando pelo mundo!! Minhas tão singelas linhas sendo lidas em outros países”.

Claro, o que facilita muito é que tenho amigos espalhados pelo mundo todo! E o Facebook nos permite manter a conexão apesar dos milhares de quilômetros. Mas, com mais cuidado e curiosidade fui detalhando as estatísticas e….CARAMMMMMMMMBA: Dinamarca, Portugal, México, Argentina, Uruguai, Canadá, Suiça, Israel ,Egito, Namíbia…

“Peraí: não tenho amigo em todos esses lugares.”

mapa

A qualidade está ruim porque é foto do monitor do PC. Mas, vocês perdoam, né? rs

(Esse post acaba aqui por pura euforia e gratidão da autora) Thanks!!!!!!!!! I’m so glad!!!!!

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Te amo, Piriquito!

Filho,

só para você saber…

ontem te peguei no colo quando você já estava adormecido. Te peguei para colocar no berço e fui totalmente paralisada pela sua beleza, serenidade, inocência e confiança em mim. Olhinhos fechados, cílios perfeitos, sembrante de paz.

Fiquei um tempo com você no colo sentada na minha cama. Fiquei te olhando, vendo teus detalhes que eu já sei de cor e salteado. Ainda gastei um tempo sentindo teu calor, sua roupinha levemente úmida pelo verão tropical, cheirei seu cabelo e me senti grata pela tua vida! Grata por ser tua mãe.

Te amo, Piriquito.

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Dicionário do Pedro – 2 anos e 2 meses

Abí ou Abiú = abrir ou abriu

Chou = fechou

Bíí = subir

Bôô = acabou ou desligou

Caííu – caiu

Tau = tchau

Aquíí = aqui

Papaíí ou paíí = pai

Êça = cabeça

Pé = pé

Uixx = luz

Au Au = cachorro

Uke = Luke, cachorrinho da fisio

Cá ou caô = carro

ÍÍtzaa = pizza

Peppa = a porquinha mais famosa do momento! rs

Coqui = Doki, desenho da Discovery Kids

Gaíínha = galinha. Raro ele falar, mas sai de vez enquando.

Fusca = fusca

Dinca = dinda

Tiu = tio

Ôô = vô

Pi = Fellipe (irmão)

Tete = mamadeira

Algo parecido com “igada” = obrigada.

Záá = já

Quinco = cinco

Dai = dez

Zuul = azul

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Fizemos aniversário!

cupcake

Em junho o ‘Querido Pedro’ fez um ano e eu esqueci de comentar por aqui. Que desalmada essa autora que vos escreve!!! rs

Em 07/06/13 eu comecei esse blog de maneira tímida e sem qualquer intenção de ser lida por tantas pessoas. O primeiro post que publiquei foi esse aqui sobre o preconceito e as mães solteiras. Curiosamente, esse é o segundo texto que mais recebe acessos durante a semana, sabiam? Isso me mostra que o assunto é de interesse de muitas mulheres e que, provavelmente, muitas ainda devam sofrer com esse estigma que minimiza a responsabilidade da parte masculina na gravidez + criação.

E vocês vão me perguntar: Mas, Bia, e qual é o post mais acessado? Depende. Se estivermos falando daquele que ainda hoje é acessado mais vezes durante a semana é o “Pressentimento, simpatia, sonho premonitório”. Mas, os que tiveram mais acessos durante esse primeiro ano foram “A rotina do hospital e as amigas que ganhei” e “A última batatinha do saco! Sobre conquistas e orgulho de mim mesma”.

Olhando os números do painel de controle do blog eu penso que o Pedro deve ser realmente muito querido. Pois, vejo como as pessoas gostam de saber sobre as conquistas dele, as novas palavrinhas, os aprendizados. Além disso, me espanta e alegra perceber que vocês continuam lendo o blog mesmo ele sendo tão pessoal com escritos basicamente sobre a infância do meu filho e dos meus desafios perante a maternidade.

De vez enquando recebo e-mail de pessoas que nem nos conhecem, mas se identificam com o histórico de prematuridade ou com o tema daquele post e deixam sua opinião. É muito gratificante essa troca e o feedback de leitura. Para mim o ‘Querido Pedro’ deixou de ser apenas um diário e um espaço onde eu desabafo sobre o lado B da maternidade.

Gosto de vir aqui entreter, divertir, refletir, emocionar (por que não?) vocês. Nesse meio tempo já fomos matéria no Terra e compartilhados dezenas de vezes em páginas do Facebook. Por isso, quero dizer: Obrigada!

Top 10 desse 1º ano!

1 – O mundo não está tão moderninho: mãe solteira ainda sofre preconceito

2 – Ser mãe é…

3 – Irmão…uma das coisas boas da vida

4 – Obrigada Tia T.

5 – Sobre tabefe gratuito e perigos que a gente nem imagina

6 – Colo, dar ou não dar. Eis a questão

7 –  A dois dias de completar um ano: o relato de parto

8 – Afinal, hoje é sexta! Yeah!

9 – Mãe da minha mãe. Minha avó. Bisavó do Pedro

10 – O primeiro ano de vida

 Extras: 770 gramasA primeira vez que te vi; A mamãe e o Queen

 

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Acessibilidade é direito, e dever, de todos

Filho,

outro dia no meu trajeto até o trabalho vi um menino de cadeira de rodas dentro do ônibus. Ela era novinho…tinha uns 8 anos eu acho. Ele estava acompanhado pela avó que conversava carinhosamente com ele. Fiquei sensibilizada com a cena. Não no mal sentido da palavra, pelo contrário. Fiquei tocada pela quantidade de pensamentos que me vieram a cabeça.

Numa tacada só penso em: amor de neto e avó, superação física e moral de alguém tão novinho, dedicação de avó, e acessibilidade.

Acessibilidade filho!!! Acessibilidade é garantir o direito de ir e vir das pessoas sejam elas novas ou velhas, e independente do meio de locomoção: pé ante pé, com ou sem muleta, de cadeira de rodas, com bengala de deficiente visual…

Poucos pontos depois eles desceram do ônibus com o auxilio de um elevador/plataforma que os colocou no nível da calçada. Uma vez fora do ônibus a avó saiu empurrando a cadeira de rodas em direção a escola do garoto. Assim…menos de 30  segundos…sem a avó ou alguém ter que carregá-lo no colo ou erguer sua cadeira de rodas. Achei tão incrível!

Não faz muito tempo e São Paulo tinha pouquíssimos ônibus adaptados para transportar pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Lembro que os cadeirantes tinham que esperar no ponto até passar um ônibus com espaço e condições para transportá-los ou então dar sorte de ter um motorista solidário que o ajudasse a subir no transporte. Ah, detalhe: a pessoa tinha que ir segurando nos ferros porque também não havia cinto de segurança (tipo esse) como tem hoje em dia.

E vai além. Pessoas idosas, acidentados, grávidas, deficientes visuais também tinham que lidar com a altura do primeiro degrau da escadinha do transporte coletivo. Eram muito altos. Hoje está melhor, mas ainda é comum vermos degraus altos e nada acessíveis. Parece que eu estou falando de tanto tempo atrás…mas, em 2006 a realidade era essa que contei.

Todos nós, todas as pessoas do planeta(!), temos o direito de ir e vir com segurança e autonomia. Aliás, é um direito garantido pela Constituição do nosso país e de tratados internacionais também.

Parece tão óbvio isso que estou dizendo né, filho? Espero que aí no futuro (estamos em 2014) as coisas estejam muito diferentes e que essas palavras que escrevi até aqui lhe pareçam um absurdo. Se assim lhe parecer é sinal que avançamos um bocado e que moramos em uma cidade, um país, mais humano, solidário e digno.

acessibilidade

 

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Cheiros e sabores

Hoje me peguei lendo um texto de uma colunista da Revista Época que falava sobre os sabores da infâncias. Enquanto lia fui lembrando de vários sabores que ficaram marcados na minha memória (gustativa?! rs): o macarrão com brócolis e o frango com batata da minha mãe, a sopa da minha irmã nos dias em que eu ficava doente, o bife do meu pai, e outras mil opções da minha avó.

Quando era criança às vezes precisava passar o dia no trabalho da minha mãe e de tarde ia até a copa tomar o chá de erva cidreira que a copeira fazia fresquinho. Hhhuuummmm que gostoso! Então eu cresci, minha mãe se aposentou e eu nunca mais tomei um chá como aquele. Já percebeu que muitos sabores a gente não consegue provar nunca mais na vida ainda que façamos com os mesmos ingredientes, com o mesmo modo de preparo? Não fica igual! Seria um toque a mais, um segredinho de mestre cuca?

Hoje quando penso no chá ou no macarrão com brócolis ou no doce de laranja da minha avó sei que, além do sabor maravilhoso que tudo isso tinha, era o meu estado de espírito de criança que deixava tudo isso ainda mais gostoso. Em cada prato há uma memória afetiva, fato!

Nesse exercício de resgatar quais sabores eu nunca esqueci, me lembrei que tenho uma “memória olfativa” ainda mais forte do que a “gustativa”. Quando sinto o cheiro me lembro instantaneamente da pessoa, situação, local. Uma vez indo para o trabalho senti um perfume masculino e em segundos associei com o meu marido. Era o cheiro do perfume de quando começamos a namorar.

O cheiro de talco lembra a minha mãe. Antes de dormir eu deitava na cama dela e enquanto ela lia eu ficava passando o rosto no braço dela só para sentir aquele cheiro gostoso que vinha dela. Os perfumes doces e de alguns xampus lembram minha irmã. O cheiro de chuva e asfalto me lembram os dias em que chegava tarde em casa de depois de sair com o Edu (marido. na época namorado). E tem também o cheiro de praia e mato que me trazem as melhores lembranças da infância e adolescência.

(pausa para um suspiro melancólico)

Mas acontece também com lembranças ruins. O Pedro tomou o primeiro banho com água e em uma banheira só depois de mais de um mês e meio de nascido. Antes disso ele não tinha o peso mínimo estipulado como seguro para tal atividade! Quando o dia tão sonhado chegou adivinhem? O hospital usava o sabonete líquido (o laranja) da Johnson’s que me trazia uma péssima lembrança de quando eu fiquei internada aos 13 anos. OH God!

Com os dias acabei me acostumando com o sabonete. E aquele cheiro que antes me trazia lembranças ruins se tornou motivo de alegria, pois durante a internação o banho dele era o momento em que nós vivenciávamos a rotina normal de uma mãe com seu bebê. Era delicioso colocá-lo na água quentinha, vestir a roupinha, pentear o cabelo, amamentar e ver a carinha de conforto depois disso tudo. Me dava muita satisfação. Aliás, dá até hoje quando, depois do jantar, dou banho com o tal do sabonete laranja e depois fico “dando cheiros” naquele menino delicioso que Deus me deu.

E vocês? Também tem lembranças com cheiros e sabores? Quais foram os sabores da infância de vocês?

imagem Google

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