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Colo, dar ou não dar. Eis a questão.

Eu sei que serão muitos comentários e opiniões após esse post. E que vão surgir mil pensamentos na cabeça de vocês enquanto me leem. Inevitável meu caro Watson (kkkkkkkkkkkkk). Mas, a verdade é que a maternagem é vivida de forma diferente e toda mãe age sempre pensando ser aquele o melhor caminho. Tem gente a favor da cama compartilhada, tem gente que não. Há mães que optam por não usar berço e acomodar o bebê num quarto montessoriano. Tem pais que acreditam que deixar o bebê chorar até dormir é uma forma de ensiná-lo a dormir, tem outros que não. E assim vai.

Desde……sem-pre fui uma pessoa muito rígida com convicções, opiniões. Mentalmente (e não só pensando bem) eu vivia dizendo que meu(s) filho(s) não faria(m) isso ou aquilo. Ou que seriam ensinados a tal e tal coisa. Mas o tempo passa, e além da maturidade, a maternidade te ensina muito. E uma coisa, querida (o) que ter filhos te ensina é: pare de cuspir para cima porque sempre cairá bem gosmento na sua testa. PLAF!

Você entende que aquilo tudo que você sempre acreditou, defendeu, esbravejou é um pouco diferente na prática. E precisa ser. Explico.

Antes da aventura experiência de ter filhos a gente só imagina. A prática é outra coisa. Seu filho não vai funcionar como um robô e muito menos virá com um manual com o passo a passo para caso o “produto” não funcione da maneira esperada. Kkkkk Daí…naquele momento de estresse você acaba adaptando suas convicções para a vida real.

Seu filho, embora também humano, não é igual ao irmão, primo, vizinho, amiguinho da creche. Ele tem necessidades, particularidades, medos, curiosidades que são só dele. Você não pode tratá-lo como mais um, certo? Se você, adulto, não age/gosta/acredita nas mesmas coisas que seu irmão, primo, vizinho, amigo do trabalho por que ele deveria funcionar assim?

Quando ainda estava de licença maternidade não pegava o Pedro no colo quando via que era manha. Deixava chorar. Explicava que só o pegaria quando parasse de chorar porque não havia motivo algum para tantas lágrimas. Me irritava. Me estressava. Até que um dia li sobre estudos da psicologia que mostram os marcos de desenvolvimento do bebê. Até uma certa idade eles não entendem que são seres independentes da mãe e tem medo de abandono, ansiedade de separação.  Eles não sabem que ao sair de perto você voltará. Para eles é como se você literalmente desaparecesse. Sumiu. Não vai voltar. Adeus, mamãe.

Aí lembrei da minha infância. Me colocavam na cama dos meus pais para dormir a tarde, fechavam a janela, a porta e eu ficava lá até dormir. Eu chorava muito, claro. Me lembro da sensação até hoje (infância mal resolvida kkkk). Pra completar a minha irmã mais velha não precisava dormir e ficava com a empregada brincando. Imagine que legal.

E foi a partir dessa memória, e do texto lido, que passei a não deixar mais o Pedro chorando. Ai que dor no meu coração. Ele não entendia que eu ía, mas voltaria. Chorava porque me queria por perto. Queria segurança. Aconchego. Ouvi muita gente dizendo que eu não deveria acostumá-lo ao colo; que se tornaria dependente; que seria o inferno na Terra…Mas, a verdade é que depois que passei a pegá-lo no colo quando choramingava ele ficou melhor. Difícil ter aquela crise de choro. Reclama, resmunga, simula um “vou chorar pra sempre se você não vier agora”, mas está melhor.

Sim, como a maioria das crianças ele pede colo. Porém, fica sozinho também. Fica no carrinho, no tapete de atividades, no berço, na cama. Não, eu não dou colo por nada e continuo durona. Tem dias que ele quer que a gente fique de pé com ele dando um passeio pela casa. Rá. No way, Pedro. Mas, colinho pra aconchego ele tem de sobra.

Pronto. Me julguem! rs

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