Pedro compridão

altura

Quando saíamos hoje de casa encontrei minha vizinha que tem gêmeas e com quem troco muita figurinha sobre a prematuridade e todos os seus “ais”. Nos cumprimentamos e eu conversei  carinhosamente com a V. que estava no colo dela com carinha de poucos amigos (uma raridade visto que é super meiga e engraçadinha).

E foi nesse breve espaço de tempo, na simplicidade de um dia comum, que eu vi e ouvi algo que me deixou contente. Minha vizinha olhou para o Pedro no bebê conforto, fez uma expressão com as sobrancelhas levantadas e soltou “Nossa, Pedro!”.

Só isso: “Nossa, Pedro!”.

Eu olhei de volta para ele e vi o que causou “espanto” nela. Pedro está grande. Magro é verdade. Mas, comprido. Os pezinhos já ficam para fora do bebê conforto e nesse momento quando olhei para ele vi um menino compridão. Olhei de volta para a V. e para ele de novo.

Vocês conseguem entender o que aconteceu? Pela primeira vez, em um ano e três meses, eu não achei o Pedro muito menor do que uma outra criança da idade dele! Enquanto olhava para ele e para a V., que é poucos meses mais velha que ele, eu experimentei a sensação de equivalência. (?)

Talvez essa mania de comparar as medidas do Pedro com as de outras crianças seja só besteira da minha cabeça. Contudo, acho importante estar sempre atenta a sinais de que o crescimento pode estar fora do padrão. Tanto por conta da saúde, quanto para que no futuro ele não seja alvo de brincadeiras maldosas do tipo “vara pau”, “lá vai o anão”….e demais maldades infantis.

Foi preciso o acaso de um dia comum para eu acordar! Nenhuma das (mil) vezes em que alguém me disse que ele não era tão pequeno assim me soou tão realista quanto à expressão “Nossa, Pedro!” e aquelas sobrancelhas levantadas.

O curto diálogo conseguiu abrir meus olhos para o fato de que é hora de relaxar um pouco, afrouxar as mãos da gola da preocupação que me aprisiona desde o momento em que caí na real do que significava ter um bebê aos seis meses de gestação.

Será isso? Finalmente as complicações da prematuridade, aquelas que não nos permitiram ter um começo legal, estão ficando pelo caminho? Acho que sim.

É como se as complicações fossem roupas que ficaram apertadas com o nosso crescimento e agora já não nos servem mais. É tempo de renovar. É tempo de doar.

Crédito foto: Google.

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